As gravações da 2ª temporada da série da RTP, "Ministério do Tempo", produzida pela Just Up, estão neste momento paradas. Havendo vencimentos em atraso, decidiram os trabalhadores interromper a produção, faltando ainda gravar 6 episódios para completar a 2ª temporada.
O CENA-STE foi informado desta situação por vários trabalhadores entrando desde logo em contacto com a Just Up para encontrar resolução breve. No entanto, a produtora não respondeu aos nossos contactos.
A Just Up começou por co-produzir esta série a meio da 1ª temporada com a Inizomédia, assumindo depois a totalidade da produção na 2ª temporada.
Das informações que dispomos, estimamos em cerca de 60 os trabalhadores que neste momento têm vencimentos em atraso e de que fazem parte actores do elenco fixo e adicional e elementos da equipa técnica.
O CENA-STE conseguiu também apurar que os valores em dívida respeitantes ao mês de Maio chegam às centenas de milhares de euros. Alguns trabalhadores da 1ª temporada não têm também a sua situação regularizada.
No audiovisual, infelizmente, estas situações vão-se repetindo com alguma regularidade. O CENA-STE não deixará de intervir nestes casos que dizem respeito ao direito básico e fundamental de ser remunerado pelo trabalho realizado.
Esta situação é da total responsabilidade da Just Up, mas parece-nos importante que a RTP tome uma posição sobre este assunto, e é por isso que do comunicado do elenco fixo, destacamos o seguinte excerto: "(...) gostaríamos de deixar um forte alerta a todos os companheiros de profissão sobre o risco que corremos ao aceitar convites para trabalhar com algumas produtoras que, infelizmente não merecem a dedicação dos profissionais que tudo fazem a bem do seu trabalho e, deixar um apelo à direcção da RTP para que não nos deixe à mercê daqueles que, a coberto de uma maior oferta no mercado audiovisual, se apresentam a concurso sem as condições mínimas para exercerem dignamente esta actividade."
A situação destes profissionais é ainda mais delicada tendo em conta os vínculos precários com que estavam a exercer as suas profissões. Falamos de trabalhadores por conta de outrem, só um contrato de trabalho lhes garante os seus direitos, e facilita, neste caso, a recuperação das remunerações em falta.
Continuamos disponíveis para dialogar com a Just Up, e esperamos que em breve seja encontrada uma solução que permita a conclusão da produção. Da nossa parte, tomaremos em conjunto com os trabalhadores as medidas necessárias para garantir o pagamento destas remunerações.