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ALTICE - um gigante dos despedimentos
há 351 semanas
ALTICE - um gigante dos despedimentos
 
O audiovisual,  é dos sectores de actividade mais desregulados e onde mais se viola o Código de Trabalho(CT): uso de falsos recibos verdes, horários de 12h ou mais, pagamentos abaixo do valor hora do sector, etc.

A Plural, tendo ainda um longo caminho a percorrer para cumprir o CT, é a produtora que mais trabalhadores tem com contratos de trabalho, mesmo que sem vínculo efectivos. Isto só foi possível com a intervenção do Sindicato, devido às várias denúncias à ACT.

Recentemente, a Altice propôs-se comprar a Media Capital, processo que a acontecer pode levar a que estas precárias e ilegais condições de trabalho na Plural, e no restante grupo, regridam ainda mais.

A Altice entrou em Portugal com a compra da, na altura falida, Cabovisão, num método de negócio praticado pela empresa em vários países. Com a compra da Cabovisão a Altice despediu centenas de trabalhadores, num processo idêntico ao da compra da ONI. Na PT/MEO, a Altice pratica os mesmos métodos de  chantagem e assédio sobre os trabalhadores. Está a fazer um despedimento colectivo encapotado, pressionando os trabalhadores a rescindirem contratos ou a aceitarem passar para outras empresas. A Altice tem noutros países práticas idênticas: Em França, promoveu um dos maiores despedimentos que há memória na empresa de telecomunicações; despediu trabalhadores na área da informação escrita.  

A Altice, já hoje presente no mercado audiovisual, financia séries em vários países e produziu recentemente uma em França.

Vendo o que se passa na PT e em negócios anteriores, podemos imaginar o que aí vem.

Para o CENA-STE a concentração na Altice da maior operadora de comunicações, da maior rede de televisão por cabo, da maior produtora de audiovisuais e de um grande canal privado com sinal aberto levanta naturais preocupações.

Não sendo ainda públicos os objectivos para a Plural, é alarmante que este gigante dos despedimentos e da destruição de postos de trabalho possa gerir o futuro da empresa, não para potenciar o conhecimento, a experiência e a qualidade reconhecida dos trabalhadores da Plural, mas para precarizar e aproveitar a lei da selva que se vive no sector, desvalorizando os trabalhadores para valorizar as produções que fará para países com maiores quotas de mercado que o Português.

O CENA-STE solidariza-se com todos os trabalhadores da PT que lutam em defesa dos seus postos de trabalho e apela a que os trabalhadores da Plural se mobilizem e sindicalizem para estarem preparados para a ofensiva revanchista contra os seus direitos.

Mostramos também o nosso repúdio ao Presidente da República que assim que foi anunciado este negócio recebeu a Altice, a Media Capital e até os representantes de outro grupo de media, e que em nenhuma altura achou necessário receber os trabalhadores da Media Capital e os sindicatos que os representam.

Desde há muito tempo alertamos para a necessidade dos trabalhadores se organizarem e sindicalizarem para resolverem a sua situação contratual. É por isso mais necessário do que nunca que os trabalhadores da Plural com vínculos precários e ilegais exijam a regularização da sua situação. Independentemente da compra ou não da Media Capital pela Altice, a sindicalização e organização dos trabalhadores no CENA-STE é o primeiro passo para  exigir a melhoria inequívoca das condições de trabalho.