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12 estruturas artísticas desalojadas da Fábrica na Rua da Alegria
há 324 semanas

12 estruturas artísticas desalojadas da Fábrica na Rua da Alegria

A cultura do Porto, as Estruturas criadoras envolvidas e as solidárias, a comunidade do Porto exigem resposta, exigem que a Autarquia cumpra com a sua intenção de acolher as 12 estruturas artísticas desalojadas da Fábrica da Rua da Alegria.
Contra a interpretação difusa do IPP, uma Instituição de Ensino prestigiada do Porto que se pretende sensível à criação artística da cidade.
O CENA-STE, manifesta aqui a sua solidariedade.​


Há 12 anos atrás, nascia a Fábrica da Rua da Alegria no Porto, quando um grupo de alunos da ESMAE pediu ao então presidente da instituição Francisco Beja que lhes cedesse um local para ensaiarem. E ali se criou um projeto de sinergias entre estudantes e companhias, não só de teatro mas também de marionetas, música, artes plásticas, circo ou fotografia.

O espaço estava cedido temporariamente, enquanto não havia verbas para lhe dar outro uso. E agora que há dinheiro, ali serão criadas novas oficinas de música, espaços para ensaios, anfiteatros, gabinetes para professores da ESMAE.

Sensível ao problema o executivo da Câmara Municipal do Porto decidiu em reunião camarária em Julho de 2015 a assinatura de um contrato de arrendamento no início de 2017, cedendo ao Instituto Politécnico do Porto (IPP) a antiga escola primária José Gomes Ferreira com um fim específico: a instalação do mesmo projeto que estava na Rua da Alegria, a Fábrica, que dali seria retirada para aquele edifício receber obras de alargamento da Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE).

Após 4 anos de conversações entre as ESMAE e o IPP, surge agora um entendimento diferente da parte do IPP. Através do seu gabinete de comunicação, a presidente do IPP, Rosário Gamboa, argumenta que o espaço foi cedido para o “Porto Performing Arts Factory – um conceito que o Politécnico do Porto tem vindo a promover que consiste em espaços de experimentação e inovação de projetos e ideias, no caso em apreço, destinado às artes performativas.”

Em resposta, a autarquia confirma: foi para alojar estas companhias — de “importante relevância artística, cultural e criativa” — que cedeu o espaço em regime de arrendamento. “É isso que a Câmara do Porto espera que seja cumprido”, escreve. “Até esta semana não se tinha colocado a questão de um eventual incumprimento do contrato, uma vez que as companhias continuavam acolhidas no antigo edifício. Tratando-se de uma deliberação de câmara clara e democraticamente assumida, a Câmara do Porto espera que seja cumprida sob pena de ter que suscitar a anulação do contrato com o IPP”.