Os técnicos da Fundação Centro Cultural de Belém continuam a realizar greve a todo o trabalho suplementar. Este sábado, o espectáculo "Fausto", no Grande Auditório, e o espectáculo "Hakanai", no Pequeno Auditório, estão em risco de não se realizarem.
As reivindicações destes trabalhadores prendem-se sobretudo com o recurso abusivo à figura de trabalho suplementar e consequente desregulação total de horários de trabalho.
Após a apresentação do pré-aviso de greve, e depois de reunião com o Presidente do Conselho de Administração, Dr. Elísio Summavielle, consideramos que ainda não foram dados os passos necessários por parte da Administração para estabelecer um entendimento com estes trabalhadores de modo a evitar constrangimentos para a própria programação do CCB.
As reivindicações são claras. Algumas dependem de opções de gestão que defendam e valorizem aqueles que todos os dias, durante estes 25 anos de CCB, dão o seu melhor para que o prestígio da Fundação aumente de dia para dia, outras dependem de meros acertos na gestão dos recursos humanos existentes.
Tal como noutras entidades de Espectáculo e Cultura do perímetro do Estado, estamos perante problemas que podem ser facilmente solucionados. Falamos de escolhas e opções políticas, tanto das diferentes administrações como da tutela e de todo o governo.
A produção e a criação artística e a restante programação de um espaço tão prestigiado e importante para o país como o CCB, não acontecerão nunca sem os seus trabalhadores. Há que os respeitar e criar condições para que desempenhem o seu trabalho de forma digna e em respeito pelos seus direitos e sem sacrifícios constantes da sua vida pessoal e familiar.
Os técnicos do CCB continuarão em greve ao trabalho suplementar por tempo indeterminado até obterem garantias claras de que as suas reivindicações serão atendidas.